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Tenho andado arredado destas andanças por motivos profissionais (inacreditavelmente obrigaram-me, a mim, a trabalhar), algo contra o que terei naturalmente que rebelar-me. Assim, e ainda que por esta hora devesse estar a caminho do meu jogo de squash, não me faltasse o parceiro e o trânsito não estivesse o caos de que me apercebo através das buzinas que ouço lá fora, refugio-me, para tal rebelião, na minha nova qualidade de blogger, optando por deixar de lado as minhas novas (e muitas) aquisições (sim, porque nem sequer o trabalho refreia o meu ímpeto consumista), e trazer-vos a referência a um filme que muito apreciaria poder estar a ver neste preciso momento.
É um dos meus filmes favoritos. Chama-se "Some came running" no original, imbecilmente (como vem sendo habitual) denominado, na versão portuguesa, "Deus sabe quanto amei".
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Todos os epítetos serão escassos para fazer jus a todas as qualidades que encerram estes cerca de 120 minutos de fita.
Baseia-se num romance de James Jones (o do "From here to eternity"), foi magistralmente realizado pelo Vincent(e) Minelli e protagonizado por Frank Sinatra, Shirley Mclane e Dean Martin.
Sinceramente, não me apetece entrar em grandes considerações filosóficas sobre a sua temática ou sobre a cinematografia, que, contudo, devo dizer, me preenchem, tanto uma como outra, totalmente.
Escusado será dizer que, como quase todos os bons filmes, não foi editado no mercado de DVD em Portugal.
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Queria apenas aconselhá-los a vê-lo. Logo que possam, pois não sabem o que estão a perder. A última vez que tive esse privilégio foi na Cinemateca, saí do trabalho a meio da tarde para o ver, penso que pela quinta vez. Quando saí queria voltar a vê-lo novamente. E ainda que tal não fosse possível sempre poderia, como fiz, rememorar os pormenores que tão frescos se encontravam na minha mente. Certo é que, nesse dia, fui para casa mais feliz. Não só por ter tido a oportunidade de ver o filme novamente mas, acima de tudo, por vê-lo, pela quinta ou tregésima vez, me fazer sentir melhor comigo mesmo.
Há duas semanas passou na Gulbenkian e eu, por manifesto comodismo, não fui ver. Agora tenho a sensação que cometi um erro crasso, de palmatória mesmo. Tenho a certeza que me teria sentido muito melhor do que em casa a ver revistas de moda e a jogar PES na Playstation.