Tuesday, January 27, 2009

Trendsetter



Já são conhecidas as colecções de Milão e Paris para o Outono-Inverno do próximo ano e, como sempre, é possível retirar, desde já, algumas das principais tendências.
Como essas tendências depois se irão transpor para a "vida real" é outra história!
Não sei porquê, mas não me estou a ver com um caso de peles como os que se vêem na foto abaixo, apresentados, respectivamente, nos desfiles da Gucci, Etro e Alexander McQueen. Certo é que o look do McQueen não deixa de me intrigar. Quem sabe não me tornarei numa espécie de Sweeney Todd em 2010...


Uma tendência que certamente não abraçarei (pelo menos no Inverno) é a das saias/calças. Isso deixo para os escoceses em dia de festa. Contudo, parece que a moda se poderá instalar.

De qualquer forma já quase sempre são as mulheres que, nos tempos que correm, usam as calças (Este comentário não deve ser entendido como misógino ou machista, mas como mera constatação de um facto).

As que se vêem na foto abaixo são de YSL, Alexander McQueen e Yohji Yamamoto.

Já os grandes cachecóis se adequam mais ao meu estilo e se justificam, em termos práticos, pelo decréscimo de temperaturas que os novos Invernos sucessivamente vêm registando.

Aqui vos deixo três exemplos, respectivamente apresentados por Cerruti, Ann DeMeulemeester e Gianfranco Ferré.

Outra tendência interessante é a dos sobretudos bicolores, uma que certamente seguirei. Vou estar de olho no do Raf Simons (o primeiro a contar da direita). Os outros são de Ann Demeulemeester e Hermés.

A tendência que mais me agradou é a dos "double breasted" (ou, em português, fatos entrecortados). Com as medidas certas, i.e., bem justos na cintura e a abraçar os ombros, dão-nos um look muito mais arrojado e poderoso do que qualquer "single". Não é por acaso que o Gordon Gekko só usava "double breasted". E as lapelas não podiam ser melhores...

(Moschino)

(Zegna)

(Armani)

(Versace)

Em último lugar não posso deixar de referir duas extravagâncias que talvez não sejam trends mas, pelo menos, dão que pensar aos apreciadores destas matérias.

A primeira é a que se encontra documentada pela fotografia que abre este post e que esteve a cargo do enigmático Thom Browne (continuo sem saber se gosto das criações do homem ou não).

Desta vez, a sua apresentação na Pitti Uomo consistiu em encher uma sala de aula com 40 modelos todos vestidos exactamente da mesma maneira. Será que, como alguém dizia, "uniformity is beauty"?

A outra extravagância registou-se nos desfiles de Alexander McQueen, Number (N)ine e Yohji Yamamoto, onde, como acessórios, os estilistas apresentaram luvas de boxe (McQueen), livros usados com aplicações em pele (Number (N)ine ) e baguetes (Yohji Yamamoto).

Pensando bem, a coisa até pode ser muito útil. Baguetes para matar a fome, livros para aproveitar os momentos mortos e as luvas para espancar alguém que nos irrite.

Friday, January 23, 2009

Tom Ford - S/S 2009



Já está na "rua" o lookbook da nova colecção Primavera-Verão do nosso amigo Tom Ford e a coisa promete.
Não é que os fatos de três peças em "prince of wales check", os castanhos e cinzentos não me enchessem as medidas, mas ver que o senhor abraçou, finalmente, cores mais ousadas e afirmativas deixa-me mesmo muito satisfeito.
Primeiro, porque confirma o meu posicionamento avantgarde (no sentido de já usar estas cores o Verão passado e mesmo durante este Outono-Inverno) e porque considero que looks monocromáticos e de cores muito escuras nos fazem parecer a todos funcionários de bancos (sem desprimor, claro) (Hello Tom Browne!) ou, ainda pior, advogados.
Claro que estes looks não são para todos, é preciso ter propensão para o risco e uma elevada dose de autoconfiança.

Certo é que quem usar Tom Ford este Verão não vai mesmo passar despercebido...

Tuesday, January 20, 2009

Hello... Mini!



Para não quebrar a tradição deste blog e com o exclusivo intuito de reconhecer os novos valores do mundo da moda e do cinema, apresento-vos a Mini Anden.


É provável que já se tenham cruzado com ela no ecrã, do cinema ou televisão.


A “menina” entrou no “Ocean’s Twelve” e nalguns episódios das séries “Chuck” e “Entourage”, entre outros filmes e séries.

Também a poderão ter visto a desfilar para a Victoria’s Secret, o que é sempre um atestado de grande competência e valor, ou na publicidade do perfume Armani Code.

Nada melhor do que cada um avaliar por si.


Vai ou não ser um grande valor…?

Eu tenho a certeza que sim!

Monday, January 19, 2009

Sprezzatura or Sillyness?


Finalmente de regresso…!

Não há desculpa possível para tão prolongada ausência das lides bloguistas mas, se a alguém serve de consolo, foi o trabalho insano, seguido de umas (agora sim) merecidas férias e, sem tempo para respirar, os exames e trabalhos do MBA em que (inconscientemente) me meti, que me mantiveram afastado deste universo.

Como o tempo perdido foi muito conto voltar ao activo com alguma regularidade, começando com uma temática que deixei pendente há alguns meses.

A questão surgiu num já longínquo jantar de amigos, os quais me questionaram sobre a razão de estar a usar a gravata expondo (lado a lado) as duas pontas. A resposta, para mim evidente, causou alguma perplexidade na assembleia, a qual não deixou de esboçar um sorriso jocoso (do tipo, “desta é que ele flipou de vez!”).

A Resposta é simples: Sprezzatura!

A palavra é italiana e pretende significar (para os que não o sabem) um estilo descomprometido e nonchalant. Como os ingleses dizem, uma “effortless ease”.

Segundo rezam as crónicas, o conceito foi popularizado pelo magnata e style icon (já bastas vezes aqui referido) Gianni Agnelli, o qual, como poderão constatar pelas fotografias abaixo, o levava ao extremo com o seu look “relógio sobre o punho da camisa”.



E é aqui que entra a grande interrogação: sprezzatura ou sillyness?

Se para um “purista” pode fazer sentido usar o relógio sobre o punho da camisa, permitindo que se veja exactamente a mesma “quantidade” de tecido por baixo da manga do casaco, não sei até que ponto esta opção será entendida pelo comum dos mortais.

Para mim, faz todo o sentido usar a gravata com as duas pontas visíveis (ou com a ponta de trás mais comprida que a da frente), enfiar o lenço de lapela no casaco sem qualquer cuidado especial (pelo menos aparente), usar os monkstrap de duas fivelas com uma desapertada e mesmo usar as luvas como lenço de lapela no sobretudo.



Mas não será levar a “brincadeira” um pouco longe demais, usar, por exemplo, uns monkstrap de uma só fivela desapertados, um lenço de lapela no roupão ou o referido relógio sobre o punho da camisa?



Deixo à consideração do leitor, sendo certo que, quanto a mim, não poderei dizer que “desta água não beberei”…