Finalmente de regresso…!
Não há desculpa possível para tão prolongada ausência das lides bloguistas mas, se a alguém serve de consolo, foi o trabalho insano, seguido de umas (agora sim) merecidas férias e, sem tempo para respirar, os exames e trabalhos do MBA em que (inconscientemente) me meti, que me mantiveram afastado deste universo.
Como o tempo perdido foi muito conto voltar ao activo com alguma regularidade, começando com uma temática que deixei pendente há alguns meses.
A questão surgiu num já longínquo jantar de amigos, os quais me questionaram sobre a razão de estar a usar a gravata expondo (lado a lado) as duas pontas. A resposta, para mim evidente, causou alguma perplexidade na assembleia, a qual não deixou de esboçar um sorriso jocoso (do tipo, “desta é que ele flipou de vez!”).
A Resposta é simples: Sprezzatura!
A palavra é italiana e pretende significar (para os que não o sabem) um estilo descomprometido e nonchalant. Como os ingleses dizem, uma “effortless ease”.
Segundo rezam as crónicas, o conceito foi popularizado pelo magnata e style icon (já bastas vezes aqui referido) Gianni Agnelli, o qual, como poderão constatar pelas fotografias abaixo, o levava ao extremo com o seu look “relógio sobre o punho da camisa”.
E é aqui que entra a grande interrogação: sprezzatura ou sillyness?
Se para um “purista” pode fazer sentido usar o relógio sobre o punho da camisa, permitindo que se veja exactamente a mesma “quantidade” de tecido por baixo da manga do casaco, não sei até que ponto esta opção será entendida pelo comum dos mortais.
Para mim, faz todo o sentido usar a gravata com as duas pontas visíveis (ou com a ponta de trás mais comprida que a da frente), enfiar o lenço de lapela no casaco sem qualquer cuidado especial (pelo menos aparente), usar os monkstrap de duas fivelas com uma desapertada e mesmo usar as luvas como lenço de lapela no sobretudo.
Mas não será levar a “brincadeira” um pouco longe demais, usar, por exemplo, uns monkstrap de uma só fivela desapertados, um lenço de lapela no roupão ou o referido relógio sobre o punho da camisa?
Deixo à consideração do leitor, sendo certo que, quanto a mim, não poderei dizer que “desta água não beberei”…
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