Thursday, June 05, 2008

Trendy for President

Descobri hoje no Público os nomes das “personalidades” que serão agraciadas no próximo 10 de Junho pelo Presidente da República.


Já não me deveria espantar, mas a cada ano que passa sinto-me mais revoltado e, ao mesmo tempo, convencido de que o país em que vivemos não passa de uma versão tragicómica da República das Bananas.

Espantem-se, então, com a lista de condecorados:

Almeida Santos (Grã-Cruz da Ordem de Cristo) – Até pode ser que o homem mereça. Mais pela resistência do que por qualquer outra razão. De todo o modo, só me lembro dele como o velho caquéctico que mandava calar os deputados enquanto foi Presidente da AR. E isso também eu conseguia fazer.

Nascimento Rodrigues (Grã-Cruz da Ordem de Cristo) – Não percebo como é que o Provedor de Justiça pode receber uma condecoração. Se há cargo em Portugal em que não se faz absolutamente nada e se recebe bem (vulgo, “o maior dos tachos”) é o de Provedor de Justiça.

Marques Mendes (Ordem do Infante) – Em primeiro lugar, põe-se o problema de a medalha ser maior do que o próprio medalhado. Fora essa evidente dificuldade, não consigo descortinar onde está o desempenho em prol da nação que justifique a condecoração de tão insípida “personalidade”. Será que tem alguma coisa a ver com o facto do dito cujo ter sido ministro do Prof. Cavaco, agora PR? Não acredito! Deve ser para agradar a essa silenciosa minoria dos “anões com deficiências na fala”.

Rui Horta (Oficial da Ordem do Infante) – Parece que é um coreógrafo (seja lá o que isso for). Eu nunca ouvi falar de tal personagem, mas tenho a sensação de que os coreógrafos portugueses deviam ser abatidos e não condecorados. Excepto, talvez, o Felipe La Féria, que é o maior coreógrafo de todos os tempos e devia ser acarinhado e mimado pela nação. Deviam dar-lhe a medalha (ou talvez ele preferisse uma viagem a Elvas, “all expenses paid”).

Vítor Baía (Oficial da Ordem do Infante) – Pondo de parte qualquer predilecção clubística, não me parece, salvo melhor opinião, que se justifique condecorar um guarda-redes de futebol. Ainda se fosse ponta-de-lança, mas guarda-redes!?!. Esses gajos são aqueles que são escolhidos em último lugar na escola primária e são obrigados a ficar “à baliza”. Ainda por cima, o gajo jogou no Barcelona, pelos espanhóis. Isso devia desqualificar qualquer um para receber uma medalha no Dia de Portugal. Só encontro uma explicação, o Cavaco quer ver o decote da namorada do homem (que é ex-cabeleireira ou ex-stripper, ou uma coisa desse género).

Agora fora de brincadeiras, lanço aqui o repto a todos os agraciados com estas condecorações no passado e que as tenham (mesmo) merecido, a procederem à sua devolução ao PR no próximo 10 de Junho. Em alternativa, poderão atirá-las à cabeça do Vítor Baía e “fazerem-se” à respectiva namorada.

Se estes gajos as recebem quem é quer ter uma? É ou não é verdade?

A solução está à vista: façam-me Presidente da República e a imbecilidade pára aqui. Prometo retirar todas as condecorações até aqui atribuídas e condecorar-me apenas a mim próprio.

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