Comportam-se como verdadeiros autómatos, e isso tem o condão de me irritar solenemente.
Pior que tal automatismo, e, de certo modo, algo paradoxalmente, só mesmo o desnorte e a desordem que aquele provoca. Seria de esperar, penso eu, que autómatos se comportassem de forma mais ordeira e tivessem uma maior capacidade de visão espacial. Mas não é o caso. Talvez por traçarem uma linha recta entre os seus miseráveis aposentos e o seu miserável local de trabalho, deslocam-se nessa linha sem se deterem por um segundo ou se afastarem um centímetro.
É verdadeiramente insuportável descer uma rua em Lisboa. Em todos os sentidos e direcções nos deparamos com tais manadas parecendo que estamos sempre na sua rota. Não vale a pena sequer pensar em funcionalidade ou prioridade, porque aos autómatos não descarregaram essas directrizes, apenas as coordenadas do seu ponto de chegada.
Odeio multidões, de toda a espécie e feitio. Se forem multidões nas ruas lisboetas a coisa ainda piora.
Nem queiram saber a vontade que de má distribuir uns sopapos por estes atrasados, ou então começar a adoptar a estratégia Richard Ashcroft no “Bittersweet Symphony”, que aqui deixo para vosso deleite.
Assim, não me vou admirar quando nos aparecer uma versão real e portuguesa do “Um Dia de Raiva”. E garanto-vos que o Michael Douglas é um anjinho comparado comigo!!!
Se se depararem na rua com a pessoa com mais estilo que já conheceram, provavelmente serei eu, por isso é melhor afastarem-se!
1 comment:
Não sei se depois das ofensas que dirigiste aos pobres transeuntes que não vêem outra solução do que picar o ponto - nem todos podem ter profissões de horário flexível - alguém não quererá arruinar-te o estilo em plena rua.
Mas que o tens, lá isso tens e seria uma pena que o deixasses arruinar!
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