Tuesday, September 09, 2008

Saki? Do I hear... Saki???


Nunca vou de férias sozinho. Para além da família e amigos (de carne e osso) levo sempre outro tipo de amigos, aqueles que cabem dentro da mala, em forma de livro.

Estas férias levei o falecido Luiz Pacheco, com quem conversei, por interposta pessoa, através das suas entrevistas recentemente publicadas, assim como esse génio incompreendido da literatura anglo-saxónica, Hector Hugh Munro, mais conhecido por Saki.


Um notável e reconhecido dandy, nascido na Birmânia em 1870 e falecido em França, com 45 anos, deixou a sua marca na literatura satírica da viragem de Século.

Sendo certo que os mais rasgados elogios à sua escrita são dirigidos à crítica social acutilante e inteligente que tecia à sociedade britânica de finais do Século XIX e princípios do Século XX, o que mais me fascina é a transposição da sua experiência pessoal e das suas reflexões filosóficas para os curtos (e escassos) contos que deixou.

A cada nova leitura encontro frases e pensamentos cujo alcance me escapara anteriormente ou, simplesmente, me haviam passado despercebidos.

Desta vez encontrei mais um, simples (como se quer) mas absolutamente delicioso.

Deixo-vos uma tradução livre:

Os hors d'oeuvres sempre apresentaram um interesse patético para mim – disse Reginald. Lembram-me a infância por que temos de passar, sempre a imaginar como será o próximo prato – e durante o resto do menu uma pessoa acha que teria sido melhor comer mais hors d'oeuvres.” (Reginald no Carlton, in Reginald)


Nota: O título deste post não é para ser percebido senão por quem me acompanhou nas aludidas férias.

Addiction


Nunca fui grande fã da nova MPB. Exceptuando os mestres - Jobim, Vinicius, Chico, Caetano e Milton -, não me parece haver nada que verdadeiramente inove ou entusiasme.
Pontualmente, encontra-se uma ou outra pérola que, mesmo roubando despudoradamente a essência dos referidos clássicos, ainda nos obriga a por o cd em repeat.
É o caso de uma singela canção da banda "Doces Cariocas".
Descrobri-os no suplemento musical de um qualquer jornal e procurei a respectiva página no MySpace. Por sorte estava a tocar a tal música: "O que será que te excita?"
Já ouvi esta mescla de pop, mpb e forró centenas de vezes, mas, neste caso, não sei bem explicar porquê, a canção tocou-me. Talvez pela letra, simples mas inspirada, ou pelas nuances de tom à passagem de cada quadra.
Não sei quanto tempo este vício irá durar, mas por enquanto - e já lá vão uns cinco dias - não consigo parar de a ouvir.
Estranho é que nem sequer me interessou ouvir o resto do álbum. Fixei-me nesta música e daqui ainda não saí.
Nem sei se quero sair tão cedo...

Monday, September 08, 2008

Blues (and reds) for the Summer

Recentemente regressado de umas imerecidas (mas sempre curtas) férias, estou de volta ao activo, o que significa que dedicarei mais atenção ao blog e a todos os assuntos fúteis e materialistas. Não que tenha abandonado por completo tais assuntos durante as férias.

Para o provar, deixo-vos a(s) minha(s) última(s) aquisição(ões) estival(ais), cuja utilização, no nosso país, e caso o S. Pedro permita, poderá estender-se até aos inícios do Outono.

Inicialmente queria uns TOD’S roxos, mas não chegaram à loja lisboeta da marca (Bem-vindo ao Terceiro Mundo!). O que é certo é que o preço também não deveria ser muito convidativo.

Depois de um tour pelas lojas de sempre, acabei por me render ao “azzure” dos driving shoes da Purificacion Garcia, estes já em saldo. Perfeitos para combinar com brancos, beges e cinzentos.

Para afastar o desgosto de não ter comprado os TOD’S, reforcei a colecção com uns vermelhos, para usar com as gangas, os castanhos e os azuis.

Confesso que, mesmo para mim, são algo arrojados, mas eu também já me habituei aos olhares indiscretos.