Thursday, February 21, 2008

GQ's Most Stylish Men



A GQ publicou, recentemente, uma lista dos 50 “most stylish men” dos últimos 50 anos.

Como todas as listas desta natureza deixa um pouco a desejar. Inclui muitos erros e deixa de fora ainda mais. Também temos que perceber que todas as escolhas acabam por ser mais ou menos pessoais, e, sendo assim, não podemos esperar que todos tenham o nosso bom gosto.

Deixo-vos uns quantos dos “escolhidos” (os melhores):

Marcello Mastroianni (European actor chic)

Sir Sean Connery (Bond essence)

J.F.K (Power, money, girls, brains...style)

Marlon Brando (Good boy gone bad)



Steve McQueen (The King of Cool)



Gianni "L'Avoccato" Agnelli (Timeles italian style)



Miles Davis (The Birth of Cool)



Paul Newman (effortless chic)



Cary Grant (most stylish man ever?)

Ives Saint Laurent (even with the crazy specs)



Agora, alguns dos que não estão mas deviam estar:
The Chairman of the Board



Bogie (ladiesman, man about town)



Gary Cooper (unbeatable)



James Dean (Rebel with a heart)



Fred Astaire (quintessential timeless preppy style)



Terrence Howard (King of the old school nu cool)


Tom Ford (visionnary)


Paul Weller (The Modfather)


Paul Bettany (merecia, nem que fosse só por estar casado com a Jennifer Connelly)


De todo o modo, há que louvar a iniciativa. Pode ser que a "malta" dos fatos com quatro botões e sapatos de biqueira quadrada e sola de plataforma vá aprendendo alguma coisa.


Monday, February 18, 2008

Dear Alex




Os Blur sempre foram uma das minhas bandas favoritas. Desde que ouvi o “There’s no Other Way” que percebi que estavam destinados a ser grandes, não, necessariamente, em termos comerciais, mas na qualidade da música que iriam produzir. E assim foi. Depois do “Leisure”, o “Modern Life is Rubbish” (Grande disco, esquecido por muitos!!!) e depois o “Parklife”. Este dispensa apresentações. Enfim, música inteligente para pessoas de bom gosto. Tudo o que veio depois não deixou a banda ficar nada mal no retrato, antes pelo contrário, e creio de daqui a uns 20 ou 30 anos vai haver miúdos a falar dos Blur. Pelo menos o meu falará de certeza. Foi o primeiro CD que lhe ofereci!

Mas este post não é dedicado à banda em si. Essa já foi mencionada neste blog e merece um post que lhe seja inteiramente dedicado e que faça jus à importância que assumiu na minha juventude.

Este post é dedicado ao baixista deste simpático ensemble: o inimitável Alex James. Foi sempre o meu favorito. Pelo estilo blasé, pelo corte de cabelo e pela sua imagem e atitude larger than life. Bebia muito, fumava muito, sexo com modelos não faltava e tocava muito pouco de baixo (embora tenha vindo a melhorar à medida que o tempo foi passando).

Mas o que mais me fascina nesta “personagem” é a reviravolta que deu a sua vida, em pouco mais de 3 anos. De popstar bêbado a agricultor foi um pequeno salto. Deverei ficar preocupado?

O timing deste post tem muito a ver com a autobiografia que este menino publicou o ano passado e que não consegui largar até terminar. E com isso veio a leitura assídua da sua coluna semanal no “The Independent”, dos seus vídeos para o site do “The Guardian” (os já famosos “Cheese Diaries”), até uma reportagem que vi ontem na SIC Notícias, “Alex James’ Cocaine Diaries”, gravada na Colômbia.

Mas, afinal, o que aconteceu?!?

Não tenho tempo, nem espaço para contar tudo, por isso restrinjo-me ao essencial. O senhor encontrou o amor da sua vida, percebeu que uma modelo por noite não o preenchia, percebeu que ressacar todas as manhãs era cansativo e casou-se. Depois teve 3 filhos, vendeu o avião, e comprou uma casa no campo por um milhão e meio de libras (nada de piadinhas foleiras com o “Country House”, embora seja ironicamente apropriado!) onde se dedicou à produção de queijo, à criação de gado e à jardinagem. Escreve assiduamente (parece que já tem um romance encomendado), junta-se para fazer umas músicas com os amigos (vide WigWam), espera pela reunião dos Blur (com ou sem Graham Coxon), dedica-se à sua família e ao seu queijo (dizem os entendidos que é até bastante bom). E pelo que percebi ontem, de vez em quando quer recuperar um pouco da adrenalina dos tempos de popstar e anda pelos campos de coca na Colômbia a arriscar levar com um balázio das FARC.

Será que é isto que me irá acontecer quando chegar aos 30? Teoricamente, deveria ficar aterrado!! Mas o que realmente me aterra é sentir que essa ideia não é assim tão descabida nem a colocar de parte, em completo choque. (Este post ainda me vai valer uma excomungação da seita yuppie!)

Afinal porque não? Uma vida mais descansada. Longe da estupidez humana. Longe do trânsito infernal, dos horários e das imposições. Com mais tempo para fazer o que me dá prazer. E quem disse que os agricultores não podem vestir fatos italianos! Porque não, pergunto eu!

Já não suporto discotecas. Já não se pode fumar nos bares. As melhores refeições que como são as cozinhadas por mim. Toda a cultura que preciso e me interessa está à distância de um clic no rato.

Sentir a falta de uma vida cosmopolita? Ah, ah, ah! Isso é para gajos que vivem em Nova Iorque. Lisboa está repleta de parolos e foleiros.

Pode ser que me engane, mas já começo a estar bastante perto dos 30 e sinto que mudanças virão. Nos tempos que correm, tudo evolui mais rapidamente. Nos anos noventa, apareceu (inventaram?) a mid-20’s crisis e os quarentões começaram a fugir das cidades. É provável que no Séc. XXI também este movimento de exôdo urbano, como tudo o resto, ande mais depressa e os 30’s sejam a idade ideal para fugir.

Filosofia à parte, vale a pena ler o livro. Eu vou seguir a carreira deste jovem agricultor/pai/jornalista/escritor/ex-popstar! E sabe-se lá onde é que irei parar…


ANTES:






DEPOIS:



Monday, February 04, 2008

Smoking Makes You Thin and Beautiful

O título do presente post é inspirado num anúncio de uma pequena bolsa de cigarros que imitava um maço de Marlboro e no qual se podia ler, em vez do já tradicional "Smoking Kills", a fantástica frase "Smoking makes you thin and beautiful". Sensacional! Nada mais acertado. Tenho que comprar uma coisa dessas.

Infelizmente, as SS anti-tabágicas (sim, estes fachos fazem as verdadeiras SS parecem um bando de meninos de coro) não se ficaram pelas mensagens pseudo-intimidatórias nos maços de tabaco. Agora em Portugal, e um pouco por todo o mundo dito "desenvolvido", conseguiram reconduzir a figura dos fumadores a parasitas da sociedade e a prisioneiros de campos de concentração. Se é certo que não nos juntam todos em Auschwitz, no Tourel ou no Campo Pequeno, obrigam-nos a ficar à porta dos cafés, dos centros comerciais, dos locais de trabalho, etc., etc. São uma espécie de micro-campos de concentração em que os seres inferiores são colocados para morrerem lentamente e sem ferir a susceptibilidade das pessoas saudáveis, esses homo sapiens ideais que não fumam, não bebem, comem coisas saudáveis e, na verdade, só nascem, reproduzem-se e morrem, a maior parte das vezes de uma qualquer condição que deveria afligir um dos parasitas que sempre fumou, bebeu e comeu o que lhe apeteceu. A ironia é tramada! "God moves in misterious ways"!

Na verdade, estou à espera que os governos da UE começem brevemente a aprovar legislação no sentido de obrigarem os seres inferiores (sim, esses mesmos, os fumadores) a usarem uma estrela amarela na lapela. Eu até a usaria com todo o gosto, desde que fosse a condizer com a gravata. Talvez uma caveira, assim parecíamos uns piratas com corte Saville Row o que dava um certo glamour à coisa.

Seja como for, somos escorraçados e perseguidos, olhados de lado e criticados. Eu não me importo muito com as críticas, até me dão um certo gozo. Sempre gostei de minorias. Maiorias são para os rebanhos, de vacas, cabras e ovelhas. E tantas que há por aí..., i.e., vacas, cabras e ovelhas. A maior parte em cargos de responsabilidade e poder. Um desses rebanhos é, precisamente, o dos fundamentalistas antitabagismo. Esses mentecaptos ordinários, burros e aldrabões. Eu gostaria de saber o que fariam estes senhores se deixasse de haver fumadores. Iriam para o desemprego e morreriam de pneumonia a dormir pelas ruas. Ou talvez se virassem para banir o alcool, e depois os fritos e depois o chocolate até comermos todos umas pastilhas de concentrados vitamínicos e bebermos água mineral.

Esta referência faz-me recordar uma cena do filme "Thank you for smoking". Pensada como um gag, mas que diz muito sobre o que move, na vida real, esta gentinha. Estamos, na verdade, perante fundamentalistas que esperam que mais pessoas morram de cancro do pulmão para justificarem os seus orçamentos e assegurarem os seus empregos. Psicólogos (isto é uma verdadeira profissão?), psiquiatras, políticos, etc.. Estão todos à espera que morram mais fumadores. Quantos mais morrerem melhor. E Deus os livre de acabarem com as tabaqueiras, pois, correm o risco de ir parar ao desemprego. Hipócritas é muito meigo para apelidar esta maralha.

Também li recentemente no Expresso um inspirado comentário de um dos melhores colunistas portugueses da actualidade, o João Pereira Coutinho. A propósito da nova proposta de lei, em discussão no Reino Unido, que determinaria que os fumadores seriam excluídos do SNS lá do sítio (o "NHS"), este ilustre colunista dizia que, assim sendo, porque hão de pagar impostos os fumadores. Se não têm as contrapartidas associadas à sua "humilde" contribuição, então podem mandar as Finanças àquela parte...

O cenário pode ser exagerado mas o princípio que se lhe encontra subjacente não merece reparo. E não vai ser só o Estado a sofrer deixando de arrecadar receitas através do imposto sobre o tabaco. A economia no seu todo vai ser penalizada. Eu, pela parte que me toca, vou deixar de ir a cafés e bares, prefiro beber em casa a fumar o meu cigarro ou charuto. Vou deixar de ir a restaurantes, prefiro ficar em casa a exercitar os meus dotes gastronómicos. Vou deixar de entrar em centros comerciais, tenho sempre o comércio de rua, a internet e o meu alfaiate nunca irá impedir que se fume na sua alfaiataria. Afinal são só vantagens. E assim não corro o risco de me cruzar com nenhum membro desta nova SS, o que é excelente porque sempre tive problemas em relacionar-me com macacos e nunca gostei de palhaços. E, assim, os incentivos para ir viver para a Argentina ainda são maiores. Enfim, parece que devo mesmo agradecer ao governo e à UE esta oportunidade que me estão a conceder!

Uma coisa é certa, não quero e não vou deixar de fumar. Se algum dia quiser será por minha exclusiva e inteira vontade e iniciativa, e se me chateiam muito, compro um monte no alentejo e encho aquilo de tabaco. Tudo para consumo pessoal. E se calhar, para me ir adiantando, arranjo para lá um alambique e asseguro o consumo de alcoól para as próximas (poucas, segundo os iluminados) décadas de vida que me restam.

Como é que alguém no seu perfeito juízo pode defender a manipulação dos desenhos do Morris para substituir o cigarro por uma palha na boca do Lucky Luke. É um sacrilégio! Que fume quem quiser fumar, o que, aliás, tão bem se compreende, pois além de ser muito, mas muito, bom, dá-nos o estilo destes senhores...





E agora, quem é que se atreve a dizer que fumar mata? Estão enganados, fumar torna-nos eternos, além de nos fazer ficar "THIN AND BEAUTIFUL" como profeticamente nos lembra aquela insignificante bolsa de cigarros!!!